terça-feira, 18 de abril de 2017

À vc, que julgou mal o meu filho.


Carta à vc, que falou mal do meu filho de 4 anos e o julgou sem o mínimo de empatia.

Com certeza é extremamente frustrante e irritante receber um filho/a na volta da escola com alguma mordida, machucado, etc. 
Porém, na primeira infância isto é comum; algumas crianças são de reagir de forma mais rude, e outras são passivas. Isso é normal. Por mais chato que seja. Porém, quando isso se torna rotineiro, de fato se necessita de uma investigação maior, de uma procura de causa, e a família em união com a escola de fato se faz mais do que urgente.

O que vc não sabe moça, é que ser mãe de quem bate é bem pior. E quando a escola simplesmente joga toda carga na suas costas sem nenhum interesse numa cooperação mútua, a coisa fica bem pior. Imagine: seu filho em casa é ok, na escola se transforma. Mil questionamentos, conversas e os ditos profissionais que passam mais de 4h diárias com seu filho e fizeram faculdade sobre isso, simplesmente dizem "mande ele para outro profissional".

Fui boba. Não consegui enxergar daí msm a incompetência deles. Primeiro a desculpa foi a "pega" do lápis aos 4 anos, dps a tal agressividade. Enganei à mim mesma tentando afastar questionamentos como "2 adultos não conseguem lidar com uma criança de 4 anos?", ou "ele já deve estar escrevendo e juntando sílabas pra ler nessa idade mesmo?","porque ele não se sente acolhido como com a outra professora?"... preferi culpar meu filho e o mantive lá, obrigando-o à "alcançar o nível esperado" ou "acompanhar os outros". Hoje me culpo pela escolha idiota que fiz. Meu filho fez foi sofrer ao se adaptar à uma realidade que não lhe cabia. Mais novo que a maioria, sendo cobrado além do que podia, com gente que não sentia carinho e sim um bando de estigmatizadores, que o rotularam como "problema" e deixaram a coisa toda crescer tirando o corpo fora. Melhor "expulsar" o problema do que cumprir o papel de pedagogos.

Aí tudo explodiu e no fundo eu me senti aliviada. Fui obrigada a fazer o que meu coração já queria, mas por algum motivo idiota e errado, eu não fazia. 

Desde que vi mães e pais, numa reunião lá, dizendo que pagavam aquela escola para seu filho de 4 anos já estar lendo, eu sabia que ali as coisas não eram como eu esperava. Mas fui tola, preferi me enganar.

Agora passou. Graças a Deus, passou. Acabou.

Novos desafios estão aí, mas já consigo sentir alívio no coração. Meu filho mudou de escola, agora está em uma do tipo que antes eu olhava torto... mas hoje vejo o quanto o mais simples, de fato tem amor, tem dedicação e entrega. Onde menos esperava encontrei algo que vc não tem, chamado empatia. Sim, se colocar no lugar do outro, sabe? sem julgar, só disposta à ajudar no que puder ou não, mas oferecendo uma coisa muito importante: compreensão ou pelo menos a busca do mais perto disso. 

Que bom que pra vc e seu filho, a escola "que aos 4 anos se está lendo" funciona. Meu filho é um desafio, profundo e só se sente bem onde é ACOLHIDO. Esse ano ele não teve isso lá. E pelo jeito teve foi muita coisa ruim... pq onde ele está agora, ele está muito bem... quer saber o porque? Porque lá, provavelmente, há o sentimento, cuidado, acolhimento e compreensão que não havia na outra... Então é o paraíso? perfeito? Não. Mas há busca do que de fato é melhor para cada criança em sua realidade... e não o que é melhor para o "nome" da escola, ou do padrão que se espera sem se respeitar o tempo da criança.

Tempo... falei disso num email que mandei ano passado pra ouvidoria. O que recebi de resposta foi frieza e "seguimos as leis do Mec". Que no fim eles nem seguem mesmo. Seguem o que for mais cômodo pra eles (pelo menos na educação infantil é assim).

Tempo que vai passar, tornar isso lembrança e lição. Lição já é. Aprendizado já está sendo. E com o tal tempo, será combustível de alguma virtude que estou melhorando em mim. Sim. Porque eu errei feio. Errei em não ouvir minha intuição e coração. Mas hoje estou de ouvidos mais abertos... aprendendo a me perdoar sabe. Aprendendo que ser mãe não é nada fácil, mas a busca por aprender a ser (sim, pq não se nasce sabendo e nem seu filho vem com manual) me torna alguém INFINITAMENTE melhor, mais forte, consciente, ligada ao divino, etc, etc, etc...

E eu me perdoo por isso. É como Jesus disse... "Vá e não peque mais." Vou e vou fazer de tudo para não errar mais. E se errar (que vou errar), vou aprender e continuar em frente. Pedindo a Deus, sempre, pra me ajudar a ter calma nos momentos em que tudo ficar cinza e desesperançoso, pra respirar e enxergar os caminhos. Pra não dar ouvidos à pessoas como vc, e outros até piores... Porque eu não vou alimentar sua energia do mal e ela não vai chegar na minha casa não. Seja feliz. Receba toda minha positividade. É disso que vou me alimentar daqui pra frente, de positividade. De amor. Pode guardar sua maldade. Vc está livre de qlq influencia minha na sua vida, portanto, me poupe da sua e da do Colégio Santa Emília. Be happy together. ^^v.


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