terça-feira, 5 de novembro de 2019

Os 33.(fim)


Último dia dos 33. De alguma forma eu sempre achei q essa idade seria meio portal, meio mística, cartartica, divisora de águas.

Na verdade os 30 são. Vc se vê mais poderosa, mas ainda com cara de 20 e lá vai, mas de alguma forma se inicia um processo de ser dona de si. 

Lembro bem que meu aniversário ano passado foi triste. Meu sentimento era esse, tristeza. E como sempre tenho boa memória guando se envolve fortes emoções, sei bem os motivos... a decepção com as expectativas qto a minha mãe e muitos aspectos da minha família em si... A sensação de desespero por causa de Dimitri, quem iria ficar com ele pra eu trabalhar? O complexo de culpa materno imposto por uma sociedade tola que nos joga toda a carga do papel.

Veio os 33. Apostei as fichas em outras alternativas e mais uma vez, decepção. Se brincar, até pior. Se bem que no meu íntimo, eu sempre soube que minha sogra apenas me aturava e queria tirar proveito de mim de alguma forma. Afinal, fiz e faço muito mais pelo futuro do filho dela do que ela fez ou faz pelos 3 filhos. Eu aprendi a enxergar isso como uma continuidade de um ciclo cruel que ela viveu. Só q eu não sou obrigada a lidar. Obrigada pelas lições, tomara que ela também se abra para aprender com elas.
Mas ela é mãe. Uma mãe sem maturidade, num meio tóxico que fez tudo piorar mais ainda. Eu me afasto naturalmente de algo assim, é humanamente lógico. Mas e o filho? Pra ele é muito mais difícil, mas no fim, infelizmente, é algo a se escolher... seja o lado, o caminho, ou o modo de seguir ou enxergar... desde que seja de forma clara,transparente. Se for para agradar os dois lados sem verdades, eu me retiro.

Hoje, no meu último dia de 33, sinto o  buraco oco no peito de Bela em Lua Nova... clichê? Talvez... mas a dor e o frio na barriga constantes estão aqui. Só que não tenho mais 23. São 33.

Dói pensar, mas eu não sei o que será do futuro. Eu não sei se é certo ou errado desejar coisas perfeitamente felizes, mas é o suspiro para minha mente bagunçada. E meu filho sendo o norte, a estrela a me guiar pra seguir essa vida.

Eu imagino que o tempo seja remédio. Que a fase da carta "lua" no tarot seja justamente esse tempo... imagino que passar por isso seja uma lição pra minha ansiedade e imediatismo. Eu vou ter que ter paciência e ver esse tempo passar devagar na minha frente.. treinar-me.

Acho que a viagem d semana que vem, um congresso bem sem graça, numa cidade afastada me fará bem. Meu desejo seria esse, um tempo sozinha, livre, desintoxicando de tudo isso, me conectando com quem me mantém sã... Deus.

Grata à essas amizades que ganhei dos 30 pra cá, genuínas, libertadoras... pessoas diferentes, rompendo julgamentos e preconceitos... enfim, eu precisava disso.

Escrever isso pelo menos me tirou um pouquinho desse peso no peito. Mas ele ainda tá aqui. Doendo, enjoado, pesado pra caralho... que meu céu se abra. Pelo amor de Deus.



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